O ocaso da TelexFree

#Opinião


O caso TelexFree tem sido assunto polêmico nas redes sociais e amplamente divulgado pela mídia, devido a paralisação de suas operações pelo Ministério Público, que questiona sua forma de operar no país.

Cercada de escândalos, informações inverídicas prestadas pelos sócios da empresa controladora da marca no país, como o caso do Seguro de suas atividades, desmentido pela Mapfre, seguradora envolvida na ocasião, dentre uma série de informações infladas, a TelexFree continua sendo amplamente defendida por boa parte de seus divulgadores, ainda que questionada.

Mais uma vez nesta última semana, a TelexFree ressurgiu como centro das atenções, após informar aos seus divulgadores a aquisição da Voxbras, pequena empresa de telefonia sediada no município de Castelo, no Espírito Santo. 

 
Em mais um de seus discursos emblemáticos, o sócio da empresa tenta transmitir a imagem de solidez da empresa junto de seus divulgadores, tentando assim manter sua base, caso volte a operar.

Devido a esta informação, a empresa chamou novamente a atenção do Ministério Público, haja vista estar com seus bens bloqueados desde o último dia 19 (maio), e impedida de realizar quaisquer operações que envolvam seu capital.


Quem é a Voxbras?

É uma micro empresa de telefonia que iniciou suas operações em 2012 (Razão Social: SIMTERNET TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO LTDA ME - CNPJ 08.362.807/0001-86, com faturamento inferior a R$ 240 mil anuais, conforme lei das micro empresas), que opera no momento somente na Grande Vitória (Castelo, Cachoeiro de Itapemirim, Linhares e Vila Velha), alugando infraestrutura da Claro/Embratel, operação semelhante a da NET (do Grupo Claro) faz ao operar o famoso "Net Fone". Sua operação na cidade de São Paulo se restringe a serviços de telefone com a tecnologia Voip (oriunda da TelexFree). O valor de mercado máximo estimado da empresa é de R$ 2 milhões (até 9 vezes seu faturamento, segundo regras de mercado), podendo ser menor, haja vista não possuir infra estrutura própria. A empresa ainda não opera serviços de TV por assinatura (informação confirmada no site da própria -
http://voxbras.com.br) devido não possuir licença da Anatel para tal (Micro empresas não podem operar tal tipo de serviço).

 
Como a TelexFree adquiriu a Voxbras, e como isto poderia garantir a solidez da empresa?

A TelexFree tenta demonstrar solidez em suas atividades com a aquisição, o que pode ser questionada devido a pouca expressividade da Voxbras em suas atividades. 

A compra começará a ser investigada pelo Ministério Público, haja vista que a Ympactus Comercial Ltda e a operação multinacional estão impedidas de utilizar "seu" capital para qualquer tipo de operação, até o fim das investigações.

Errata: A Ympactus Comercial (TelexFree) teve suas contas parcialmente desbloqueadas as vésperas da aquisição da Voxbras, porém a aquisição da Simternet (Voxbras) ocorreu com capital próprio dos sócios da Ympactus Comercial e não com capital da própria. Apesar de ostentar a bandeira "Grupo TelexFree", tanto a Voxbras quanto a Disk a Vontade são operadas de forma distinta e paralela as operações da Ympactus Comercial, ou seja, são empresas distintas sem qualquer relação direta, estando estas não passíveis de embargos e bloqueios impostos a TelexFree no Brasil, conforme definição judicial proferida pela 2ª Vara Cível da Comarca de Rio Branco (e afirmado por notícia do G1).


Porque as operações da TelexFree são questionadas?

A situação do grupo TelexFree, seja no Brasil, quanto nos Estados Unidos está em cheque devido a falta de lastro próprio, haja vista a dependência de capital externo para sua operação, vide o sistema de marketing "multinível" difundido pela empresa.

É fato que as operações da TelexFree além de não serem nada convencionais, não se sustentam sem seus colaboradores injetores de capital, com um erro grave, pois os colaboradores parceiros (publishers) ao injetarem capital, não se tornam co-proprietários da empresa.

Quanto a análise pelo lado jurídico, o fato de a empresa necessitar que os divulgadores comprem produtos para revenda, sem que sequer haja algum tipo de venda em algumas ocasiões, inspira que por trás de toda operação ou há lavagem de dinheiro, ou especulação financeira com capital alheio (quase uma operação bancária), haja vista que muitos sem vender qualquer produto adquirido, injetam capital na empresa e recebem comissões futuras, algo como uma operação de sociedade por ações, sem dar aos compradores parte da empresa, o que é crime empresarial e também não recolhe os impostos devidos de uma empresa de capital aberto e/ou sociedade por ações, sendo crime fiscal também.

Vendo pela melhor das hipóteses, a TelexFree opera uma empresa limitada, como se fosse uma sociedade por ações, com o agravo de não transferir parte de sua propriedade, "trabalhando" com o dinheiro alheio, o que por si só já é suficiente para encerrar suas operações no país, por atividade empresarial ilegal e enriquecimento ilícito da organização.

A TelexFree estaria legal se trabalhasse por cooperativa e/ou sociedade por ações, assim todos os divulgadores tornassem-se sócios, e ainda sim teria que ter um plano de ação claro sobre como obter capital e fazer lucro.

Será que a TelexFree conseguirá mostrar a legitimidade de suas operações?



Dimithri Vargas
Dimithri Vargas

Proprietário, colunista do portal MAXX, e também responsável por todos os canais do site.
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